Autorretrato como árvore - a natureza do tempo, 2024
Instalação de parede (gravação a laser sobre madeira; gravação em baixo relevo e tinta sobre placa de acrílico)
9 blocos de madeira 4 x 13 x 9 cm; bandeja de acrílico 10 x 12 x 100 cm
Imagens manipuladas digitalmente de fotos de cascas de árvores selecionadas nas áreas verdes de cada um dos nove endereços que morei entre 1971, ano que cheguei em Brasília, e 2024. Na bandeja, além do titulo da obra, aparece gravado, abaixo dos blocos de madeira, endereço e período de moradia correspondente a cada imagem (entre 1960–1971, 1994–1999 e 2008–2012 morei fora de Brasília).
Em Brasília, a escala bucólica do plano de Lúcio Costa, representada pelos espaços de construções imersas na vegetação, faz da cidade uma floresta urbana que não existe em nenhum outro lugar no mundo. Quando cheguei em Brasília, no início dos anos 1970, a cidade-parque era ainda um projeto embrionário, despontavam aqui e ali pequenas árvores, ínfimas criaturas imersas na imensidão do planalto central. Cinquenta anos depois, os lugares onde habitei não lembram em nada o deserto vermelho da minha infância.